Como criar um jabuti em casa?

Jabuti piranga

A presença de pets não convencionais está cada vez mais comum nos lares brasileiros. Dentre os mais comuns, está o jabuti!

O jabuti é um réptil oriundo da américa do sul, presente em vida livre em diversas regiões do Brasil e também em países vizinhos, como a Bolívia, Colômbia, Peru, Venezuela e outros. 

O jabuti-piranga é a espécie mais comum tida como pet no Brasil e, o animal é conhecido principalmente pela sua longevidade. 

Neste artigo iremos conhecer um pouco mais sobre a espécie e os desafios em se criar um jabuti em casa!

Por que criar um jabuti como pet pode ser desafiador?

A criação de répteis no geral pode ser uma tarefa difícil, principalmente para quem nunca conviveu com um pet deste grupo. Isso pois o metabolismo dos répteis é extremamente diferente de outras espécies e cada animal tem características fisiológicas e hábitos distintos. Por exemplo, embora ambos sejam répteis, os hábitos alimentares de um jabuti é extremamente diferente dos hábitos alimentares de uma serpente jibóia, por exemplo.

Jabuti se alimentando de pitanga.
Fonte: Shutterstock

Principais características e manejos de um jabuti

Quando o assunto é “como criar um jabuti”, diversos desafios podem surgir, envolvendo principalmente o ambiente, a alimentação e a saúde do pet, como veremos a seguir.

1. Alimentação

O jabuti é um animal que quando em vida livre possui um hábito alimentar bastante diversificado. Embora seja onívoro, sua dieta é muito variada e contempla inúmeras opções, como animais (como fonte de obtenção de proteína), flores, frutas e muito mais. Isso pois o animal possui o hábito de “forragear” o solo. Ou seja, ele praticamente ingere tudo que encontra pelo caminho. Porém, em cativeiro este comportamento pode representar um risco, já que quando soltos em quintais ou ambientes sem total controle, podem acabar ingerindo objetos de forma indevida, como pedras, pregos e outros – podendo gerar sérios riscos para sua vida.

Justamente por este comportamento e pela rusticidade dos répteis, que nem sempre demonstram que algo possa estar errado com sua saúde, é comum que nos exames de rotina dos pets seja solicitado um raio-x como controle – e, em muitos casos objetos indevidos são encontrados de forma inesperada no exame.

2. Ambiente

Além do possível problema relacionado à ingestão de objetos de forma acidental, outro problema bastante comum é em relação a temperatura do ambiente em que o pet vive.

Os jabutis, assim como outros répteis, são considerados animais ectotérmicos. Isso significa que eles dependem da temperatura do ambiente para que consigam regular a sua própria temperatura corporal. Ou seja, quando estão em um ambiente frio, não conseguem manter sua temperatura corporal de forma adequada. Por este motivo também é importante saber que não adianta “cobrir” o pet com cobertores, como fazemos com cães e gatos, por exemplo. O ideal é que seja fornecida uma fonte de aquecimento ambiental para o pet, sendo mais recomendado o uso de lâmpada de cerâmica (podendo ser necessário o uso de lâmpada com UV, a depender do manejo geral e modo de criação do pet – sendo o médico veterinário especializado a melhor pessoa para recomendar a opção adequada para o seu pet!).

O ideal é que o pet viva em um ambiente próprio, podendo o tutor por exemplo fazer um “recinto”, através de um cercado de madeira de tamanho satisfatório para que o pet caminhe com segurança, tendo áreas de sombra, comida e água fresca, local para abrigo de chuva e que não tenha plantas tóxicas. Porém, o tutor não deve esquecer que durante a noite ou dias frios o pet deverá ficar em local aquecido.

3. Saúde

Todos os tópicos abordados acabam afetando este ponto: a saúde do animal. Além das questões ambientais e da alimentação, comentadas anteriormente, existem também outros fatores que interferem na saúde do pet. Outros problemas comuns de saúde nos jabutis envolvem:

  • Distocia (retenção de ovos): A distocia é caracterizada pela retenção de ovos ou de folículos, tendo relação praticamente direta com problemas de manejo alimentar e ambiental. Um animal com uma dieta inadequada não é capaz de absorver nutrientes essenciais para a formação de um ovo saudável e não consegue realizar a postura dos ovos de forma adequada. Este problema requer um diagnóstico assertivo e ágil. Os exames mais utilizados para diagnóstico de distocias são raio-x e tomografia computadorizada.
  • Pneumonia: Justamente pelo fato da dificuldade em regular a própria temperatura, é comum que os jabutis (principalmente os que vivem em um ambiente sem controle de temperatura), apresentem quadros respiratórios muitas vezes graves, como a pneumonia. Os exames mais utilizados para diagnóstico também são o raio-x e a tomografia computadorizada. Porém, em casos mais brandos o raio-x pode ser insuficiente para identificar o problema. Portanto, a tomografia computadorizada acaba sendo o exame “padrão-ouro” para diagnóstico. O exame pode ser facilmente realizado sem sedação/anestesia, o que geralmente reduz o custo, tornando-o muitas vezes equivalente ao exame radiográfico convencional.
  • Fraturas de casco: Ainda em virtude do manejo ambiental, é comum que animais que vivem soltos sofram atropelamentos por carros (inclusive na garagem de casa, já que eles gostam de ficar escondidos embaixo dos carros) ou até mesmo outros acidentes domésticos como quedas. As fraturas de casco requerem tratamento ágil para estabilização do paciente e controle de dor. Alguns casos mais complexos podem levar o animal ao óbito. Portanto, caso ocorra qualquer tipo de fratura de caso, recomenda-se que o animal seja levado imediatamente a um médico veterinário especializado em animais silvestres!
  • E muitos outros.
Jabutis em vida livre
Fonte: Shutterstock

Como criar um jabuti: proporcione maior saúde e bem-estar ao seu pet!

Assim como nas demais espécies – principalmente silvestres, os erros de manejo estão diretamente ligados a diversos problemas de saúde.

Agora que você já sabe o básico sobre como criar um jabuti, é importante lembrar que além de seguir as recomendações de manejos gerais, recomenda-se que o jabuti seja levado a um médico veterinário de animais silvestres a cada 6 meses para uma consulta de rotina, onde o animal será avaliado, examinado e poderão ser solicitados exames de check-up, como o raio-x e exames de sangue. Desta forma, será muito mais fácil identificar se há algo de errado com a saúde do seu pet e também será mais simples corrigir manejos que eventualmente estejam inadequados.

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