Calopsitas são consideradas aves exóticas – isso pois no Brasil a espécie não existe em vida livre. Oriunda da Austrália, as calopsitas foram introduzidas nos lares Brasileiros como pet e hoje estão bastante presentes na rotina das pessoas.
As calopsitas são consideradas ainda psitacídeos, já que fazem parte das aves que possuem bico curto e curvado, assim como os papagaios, periquitos e araras.
Neste artigo iremos abordar os principais aspectos da dieta ideal para uma calopsita mantida como pet.
Alimentação de calopsita: qual a importância da nutrição adequada?
A alimentação de calopsita oferecida de forma equilibrada é essencial para manter a saúde dos pets em dia. Quando falamos em pets não convencionais, no geral, diversas dúvidas são levantadas.
Em vida livre as aves tendem a gastar muita energia com vôos de longa distância diariamente. Já em cativeiro, por mais que as aves fiquem em um espaço considerado grande, jamais será possível atingir o mesmo gasto energético que ocorre em vida livre. Isso, em conjunto com uma nutrição inadequada, favorece que as aves se tornem obesas ou ainda que desenvolvam diversas patologias (doenças).
![Calopsita branca e cinza empoleirada.](https://cognablogs.s3.amazonaws.com/queroserveterinario/calopsita-branca-e-cinza.webp)
Principais doenças causadas por erros de manejo nutricional em calopsitas
Diversas doenças podem ser causadas de forma primária ou secundária à alimentação inadequada das calopsitas e psitacídeos no geral, incluindo:
- Hepatopatias: doenças relacionadas ao fígado são bastante frequentes na clínica de aves pet, tendo como principal causa a alimentação inadequada. O fígado doente pode ainda apresentar um aumento expressivo de tamanho, prejudicando outros sistemas, como o respiratório, comprometendo gravemente a saúde do pet.
- Cardiopatias: cardiopatias também são frequentes em psitacídeos, principalmente quando há uma grande preferência pela ingestão de sementes, como o girassol.
- Alterações osteometabólicas: o desequilíbrio na ingestão de nutrientes pode ainda causar problemas osteometabólicos, que podem evoluir por exemplo para fraturas ósseas patológicas, devido à fragilidade dos ossos.
- Distocia: quando as fêmeas não tem um manejo nutricional adequado, elas tendem a apresentar dificuldade na produção e postura dos ovos, gerando também grandes problemas.
- Entre outros.
Como deve ser a alimentação de uma calopsita?
Justamente em virtude da seletividade alimentar, onde o animal acaba escolhendo e selecionando os itens de sua preferência na hora de se alimentar, é importante que o tutor não apenas ofereça os alimentos ao pet, mas também fique atento e observe se o pet irá ingerir uma quantidade variada de itens ou apenas os de sua preferência. Caso o tutor ofereça uma gama de itens, mas o animal ingira mais girassol, por exemplo, ele não estará tendo uma nutrição equilibrada.
A dieta das aves basicamente poderá ser composta por:
- 75% de ração extrusada própria para a espécie, preferencialmente de marca super premium.
- 15% de mistura de sementes, também de marca super premium.
- 10% de folhas escuras, vegetais, frutas e outros petiscos apropriados para a espécie, de acordo com a recomendação do médico veterinário.
Um erro comum de muitos tutores é oferecer de forma contínua a “farinhada”. O item deve ser utilizado apenas para fêmeas em período reprodutivo – quando a reprodução é desejada, ou ainda em animais doentes – quando existe a recomendação do médico veterinário. O uso da farinhada sem a recomendação prévia do veterinário especializado favorece o desenvolvimento da obesidade e outras doenças, já que fornece uma energia muito alta e muitas vezes desnecessária para a ave.
![Calopsita amarela e cinza.](https://cognablogs.s3.amazonaws.com/queroserveterinario/calopsita-cinza-e-amarela.webp)
Outros cuidados com o pet
Indo muito além do assunto “alimentação de calopsita”, diversos outros cuidados são essenciais para manter a saúde do pet em dia. Entre os principais, podemos citar:
1. Respeitar o ciclo circadiano
O ciclo circadiano é definido pelo período de sono da ave (período noturno X diurno). O ideal é que as aves tenham cerca de 12 horas de sono. Isso pois na natureza os psitacídeos (incluindo as calopsitas), dormem ao anoitecer e acordam ao amanhecer.
Em casa, o recomendado é que as gaiolas e viveiros fiquem em ambiente em que seja possível respeitar a luz do dia, mantendo o ambiente escuro durante o período noturno. Além da luz, também influenciam no ciclo circadiano e consequentemente na qualidade do sono qualquer alteração externa, como barulhos, presença humana, ruídos e etc.
Quando não seguido corretamente, o ciclo circadiano desregulado pode gerar diversos problemas de saúde e bem-estar para a ave, impactando diretamente em sua vida.
2. Escolher a gaiola ideal
O uso da gaiola de material adequado é essencial para a saúde da ave, evitando por exemplo que os animais ingiram a tinta utilizada para revestimento, que pode gerar sérios problemas, como a intoxicação por metais pesados. Atualmente há 3 principais tipos de revestimentos usados em gaiolas:
- 1º Pintura ionizada ou por magnetismo: é a mais recomendada, sendo a mais segura pois é extremamente dificultoso que o pet consiga descascar a tinta.
- 2º Galvanizado: É a segunda mais recomendada. Embora também seja bastante segura, algumas aves conseguem descascar a tinta presente na estrutura.
- 3º Epoxi: É o tipo mais comum na casa das pessoas atualmente, mas também a que oferece maior risco, já que as aves conseguem descascar a tinta com grande facilidade.
3. Consultas de rotina
As aves – incluindo as calopsitas, assim como outros animais silvestres, tendem a expressar menos quando algo possivelmente esteja errado com a sua saúde. Por este motivo, a prevenção e acompanhamento de rotina com o médico veterinário especializado é essencial para que a saúde do pet esteja sempre em dia! O recomendado é que os animais silvestres saudáveis passem em consulta com o médico veterinário a cada 6 meses ou de acordo com o recomendado pelo profissional.