Calopsitas são consideradas aves exóticas – isso pois no Brasil a espécie não existe em vida livre. Oriunda da Austrália, as calopsitas foram introduzidas nos lares Brasileiros como pet e hoje estão bastante presentes na rotina das pessoas.
As calopsitas são consideradas ainda psitacídeos, já que fazem parte das aves que possuem bico curto e curvado, assim como os papagaios, periquitos e araras.
Neste artigo iremos abordar os principais aspectos da dieta ideal para uma calopsita mantida como pet.
Alimentação de calopsita: qual a importância da nutrição adequada?
A alimentação de calopsita oferecida de forma equilibrada é essencial para manter a saúde dos pets em dia. Quando falamos em pets não convencionais, no geral, diversas dúvidas são levantadas.
Em vida livre as aves tendem a gastar muita energia com vôos de longa distância diariamente. Já em cativeiro, por mais que as aves fiquem em um espaço considerado grande, jamais será possível atingir o mesmo gasto energético que ocorre em vida livre. Isso, em conjunto com uma nutrição inadequada, favorece que as aves se tornem obesas ou ainda que desenvolvam diversas patologias (doenças).
Principais doenças causadas por erros de manejo nutricional em calopsitas
Diversas doenças podem ser causadas de forma primária ou secundária à alimentação inadequada das calopsitas e psitacídeos no geral, incluindo:
- Hepatopatias: doenças relacionadas ao fígado são bastante frequentes na clínica de aves pet, tendo como principal causa a alimentação inadequada. O fígado doente pode ainda apresentar um aumento expressivo de tamanho, prejudicando outros sistemas, como o respiratório, comprometendo gravemente a saúde do pet.
- Cardiopatias: cardiopatias também são frequentes em psitacídeos, principalmente quando há uma grande preferência pela ingestão de sementes, como o girassol.
- Alterações osteometabólicas: o desequilíbrio na ingestão de nutrientes pode ainda causar problemas osteometabólicos, que podem evoluir por exemplo para fraturas ósseas patológicas, devido à fragilidade dos ossos.
- Distocia: quando as fêmeas não tem um manejo nutricional adequado, elas tendem a apresentar dificuldade na produção e postura dos ovos, gerando também grandes problemas.
- Entre outros.
Como deve ser a alimentação de uma calopsita?
Justamente em virtude da seletividade alimentar, onde o animal acaba escolhendo e selecionando os itens de sua preferência na hora de se alimentar, é importante que o tutor não apenas ofereça os alimentos ao pet, mas também fique atento e observe se o pet irá ingerir uma quantidade variada de itens ou apenas os de sua preferência. Caso o tutor ofereça uma gama de itens, mas o animal ingira mais girassol, por exemplo, ele não estará tendo uma nutrição equilibrada.
A dieta das aves basicamente poderá ser composta por:
- 75% de ração extrusada própria para a espécie, preferencialmente de marca super premium.
- 15% de mistura de sementes, também de marca super premium.
- 10% de folhas escuras, vegetais, frutas e outros petiscos apropriados para a espécie, de acordo com a recomendação do médico veterinário.
Um erro comum de muitos tutores é oferecer de forma contínua a “farinhada”. O item deve ser utilizado apenas para fêmeas em período reprodutivo – quando a reprodução é desejada, ou ainda em animais doentes – quando existe a recomendação do médico veterinário. O uso da farinhada sem a recomendação prévia do veterinário especializado favorece o desenvolvimento da obesidade e outras doenças, já que fornece uma energia muito alta e muitas vezes desnecessária para a ave.
Outros cuidados com o pet
Indo muito além do assunto “alimentação de calopsita”, diversos outros cuidados são essenciais para manter a saúde do pet em dia. Entre os principais, podemos citar:
1. Respeitar o ciclo circadiano
O ciclo circadiano é definido pelo período de sono da ave (período noturno X diurno). O ideal é que as aves tenham cerca de 12 horas de sono. Isso pois na natureza os psitacídeos (incluindo as calopsitas), dormem ao anoitecer e acordam ao amanhecer.
Em casa, o recomendado é que as gaiolas e viveiros fiquem em ambiente em que seja possível respeitar a luz do dia, mantendo o ambiente escuro durante o período noturno. Além da luz, também influenciam no ciclo circadiano e consequentemente na qualidade do sono qualquer alteração externa, como barulhos, presença humana, ruídos e etc.
Quando não seguido corretamente, o ciclo circadiano desregulado pode gerar diversos problemas de saúde e bem-estar para a ave, impactando diretamente em sua vida.
2. Escolher a gaiola ideal
O uso da gaiola de material adequado é essencial para a saúde da ave, evitando por exemplo que os animais ingiram a tinta utilizada para revestimento, que pode gerar sérios problemas, como a intoxicação por metais pesados. Atualmente há 3 principais tipos de revestimentos usados em gaiolas:
- 1º Pintura ionizada ou por magnetismo: é a mais recomendada, sendo a mais segura pois é extremamente dificultoso que o pet consiga descascar a tinta.
- 2º Galvanizado: É a segunda mais recomendada. Embora também seja bastante segura, algumas aves conseguem descascar a tinta presente na estrutura.
- 3º Epoxi: É o tipo mais comum na casa das pessoas atualmente, mas também a que oferece maior risco, já que as aves conseguem descascar a tinta com grande facilidade.
3. Consultas de rotina
As aves – incluindo as calopsitas, assim como outros animais silvestres, tendem a expressar menos quando algo possivelmente esteja errado com a sua saúde. Por este motivo, a prevenção e acompanhamento de rotina com o médico veterinário especializado é essencial para que a saúde do pet esteja sempre em dia! O recomendado é que os animais silvestres saudáveis passem em consulta com o médico veterinário a cada 6 meses ou de acordo com o recomendado pelo profissional.