Diversas doenças podem acometer os cães e gatos. Porém, algumas delas, como a dermatofitose, podem também representar certo risco para a família que convive com o pet e para a sociedade como um todo. Portanto, é importante conhecer um pouco sobre a doença para que o tutor saiba o que fazer caso o seu pet seja acometido.
Neste artigo iremos abordar os principais aspectos da dermatofitose, como por exemplo os detalhes sobre a transmissão e formas de prevenção da doença. Confira!
O que é dermatofitose?
A dermatofitose é uma doença dermatológica fúngica (conhecida popularmente como micose), causada por diferentes tipos de fungos, sendo que os mais comuns nos cães e gatos são:
- Microsporum canis (sendo este o dermatófito zoofílico mais comum – ou seja, mais transmitido entre os pets e os seres humanos).
- Microsporum gypseum.
- Trichophyton mentagrophytes (mais presente em roedores).
Os fungos causadores da doença são considerados dermatófitos – ou seja, sobrevivem utilizando a queratina da pele, pelo e unha para sobreviver e manter o ciclo da doença ativo. Os fungos ficam localizados nas camadas mais superficiais da pele, onde irão causar todas as alterações que veremos mais adiante ao longo do conteúdo.
Nos cães e nos gatos a doença afeta mais os animais jovens (abaixo de um ano de idade) e algumas raças podem apresentar maior predisposição, como é o caso do cachorro Yorkshire ou do gato Persa.
Além de atingir cães e gatos, a dermatofitose é considerada uma zoonose!
A dermatofitose pode ser transmitida tanto de animais para os seres humanos como de seres humanos para os animais, sendo portanto classificada como uma antropozoonose. O potencial de transmissão entre os animais e seres humanos é de cerca de 30% dos casos. Ou seja, embora não seja uma doença grave na maior parte dos casos, o potencial de transmissão da infecção é elevado. Sendo assim, é importante que os tutores de cães e gatos e pessoas que convivem com estes animais tenham os devidos cuidados para que a infecção seja evitada.
Além de ser considerada uma zoonose, a dermatofitose é ainda uma das doenças dermatológicas mais presentes na rotina das clínicas veterinárias, reforçando ainda mais a importância de conhecê-la e preveni-la!
No caso dos gatos, o caso pode ainda ser um pouco mais desafiador. Isso pois os felinos podem ser hospedeiros assintomáticos – ou seja, podem não demonstrar sinais clínicos quando infectados pelo fungo, mantendo-os presentes, mas sem que o tutor perceba o problema.
Outras doenças dermatológicas com potencial de transmissão para seres humanos
Outras alterações dermatológicas também são consideradas zoonoses e portanto merecem atenção redobrada, como por exemplo as seguintes doenças:
- Escabiose.
- Esporotricose.
- Criptococose.
- E muitas outras.
Embora a dermatofitose cause geralmente quadros clínicos mais leves e moderados, outras doenças podem representar um quadro um pouco mais grave, como o caso da esporotricose e a criptococose. Portanto, os cuidados são essenciais para a prevenção da transmissão e, sempre que identificada alguma alteração dermatológica nos seres humanos, um médico dermatologista deve ser procurado para uma avaliação minuciosa.
Como ocorre a transmissão?
O fungo causador da dermatofitose pode ou não ser geofílico – ou seja, existe uma espécie que vive no ambiente, mais especificamente no solo. De forma geral, a transmissão para cães e gatos pode ocorrer das seguintes formas:
- Através do contato direto com outro animal infectado, como por exemplo em momentos de brincadeiras, brigas, passeios, lambeduras e etc.
- Através do contato direto com uma pessoa infectada.
- Através de fômites – ou seja, contato indireto com o animal ou pessoa acometidos. Neste caso, o pet saudável pode ter contato direto com um objeto infectado, como por exemplo um cobertor, uma cama, tapetes, escovas ou outros objetos possivelmente infectados.
- Através do contato com o solo contaminado pelo fungo – M. gypseum, que é geofílico (vive no ambiente).
Quais sinais clínicos o animal com dermatofitose pode apresentar?
Os principais clínicos apresentados por cães e gatos com dermatofitose incluem:
- Descamação na pele.
- Queda de pêlo, geralmente em formato circular.
- Vermelhidão na pele.
- Coceira (nem sempre está presente entre os sinais apresentados).
- Entre outros.
Como é feito o diagnóstico?
Para o diagnóstico de dermatofitose nos pets, o tutor deverá levar seu animal de estimação para consulta veterinária, onde o mesmo será avaliado e exames serão solicitados.
Entre os exames complementares mais comuns para o fechamento do diagnóstico estão o raspado de pele e a utilização da lâmpada de Wood. O profissional poderá ainda solicitar outros exames caso julgue necessário.
Quais cuidados devemos ter com os pets para evitar o contágio?
Os principais cuidados para evitar a transmissão e infecção por dermatofitose incluem:
- Evitar o contato físico ou realizá-lo com cautela em animais que tenham alterações visíveis na pele e que ainda não tenham recebido um diagnóstico veterinário.
- Levar o pet para consultas de rotina com o médico veterinário, no mínimo uma vez ao ano, para que o mesmo seja devidamente avaliado. Isso evita não apenas problemas relacionados à pele e pêlo, mas diversos outros.
- Manter os hábitos de higiene pessoal sempre em dia, lavando as mãos com água e sabão com frequência.
Como vimos, cuidados simples podem evitar a transmissão da dermatofitose, sendo o médico veterinário o profissional ideal para orientar os tutores de cães e gatos sobre os principais pontos da doença e tirar todas as possíveis dúvidas.