Otite canina: Quais as principais causas do problema e como evitá-lo?

Cão Dachshund com orelha direita levantada

A otite é um problema bastante comum na rotina veterinária, podendo acometer o cachorro em formas leves, moderadas ou até mesmo graves. É importante entender as causas do problema para que o dono do pet adote medidas preventivas para evitá-lo.

Neste texto você ainda irá saber mais sobre como a otite pode acometer os cães e como o diagnóstico e tratamento podem ser feitos. Confira e aprenda mais sobre o universo pet!

O que é a otite canina?

Caracterizada por uma inflamação no ouvido, a otite canina pode se apresentar nas formas aguda ou crônica e ainda ter diferentes origens, sendo mais comum as formas bacteriana, fúngica, por ácaros ou ainda por processos alérgicos. A otite possui 3 classificações: externa, média e interna, sendo que a mais comum nos cães é a externa, que afeta a face externa do ouvido, antes de chegar no tímpano do animal.

Alguns fatores podem predispor o aparecimento de otite nos cães

Fatores relacionados a genética e manejo podem predispor o surgimento da afecção, como:

  • Pets que tenham orelhas pendulares (caídas), como as raças Beagle, Dachshund, Cavalier King Charles Spaniel, Cocker Spaniel, Golden Retriever, entre outras. Isso pois as orelhas que possuem este formato tendem a tornar o ambiente propício para a proliferação de agentes patogênicos como bactérias e fungos, uma vez que favorece a umidade no local, tornando o ambiente úmido e abafado.
  • Animais que frequentam piscinas ou tomam banho sem o devido cuidado com as orelhas, pois favorece a entrada de água no ouvido do pet.
  • Animais com alergias (dermatite atópica, alergia alimentar e outras).
  • Imunidade baixa, pois pode favorecer o crescimento desorganizado e acelerado de microrganismos como fungos e bactérias, que fazem parte da microbiota da pele e ouvido.

Outros fatores podem predispor o surgimento da otite canina, devendo a causa ser investigada durante a consulta veterinária.

orelha de cachorro
Fonte: Shutterstock

Alguns sinais podem indicar que o pet tenha otite

A otite nos cães pode causar alguns sinais comuns e outros mais inespecíficos. Geralmente as manifestações clínicas envolvem:

  • Prurido/coceira: Os animais tendem a coçar as orelhas com maior frequência. Este é um sinal bastante comum de otite. Dependendo do grau de coceira, alguns podem até lesionar as orelhas por arranhar em excesso ou até mesmo gerar outros problemas, como o otohematoma, que é caracterizado pelo rompimento de um vaso sanguíneo e extravasamento de sangue para o subcutâneo.
  • Falta de apetite: a inapetência é um sinal comum em muitas doenças nos cães, podendo estar presente também em quadros de otite.
  • Presença e odor ou excesso de secreções.
  • Cabeça inclinada: também conhecido como head tilt, o aspecto de “cabeça inclinada” pode estar relacionado à otite, principalmente quando o problema está acometendo regiões mais profundas na orelha. Porém, este sinal  também pode ter ligação com outras doenças, como as de caráter neurológico.
  • Alterações de aspecto: as orelhas do pet ainda podem apresentar vermelhidão, inchaço, aspecto de hiperqueratose e etc.

Como diagnosticar o problema

O diagnóstico de otite deve ser feito por um médico veterinário e pode contemplar algumas etapas, sendo a primeira delas a consulta com o profissional. Durante a consulta, serão levantadas informações relevantes e o animal será examinado, podendo ser utilizados equipamentos como o otoscópio, que auxilia o profissional a enxergar melhor o ouvido do pet. A partir disso, alguns exames poderão ser solicitados, como:

  • Raspado parasitológico de pele.
  • Cultura fúngica e bacteriana.
  • Citologia.
  • Otoscopia.


Os exames serão solicitados e direcionados para cada caso de acordo com a suspeita clínica do veterinário.

Formas de tratamento

Medicações analgésicas e antiinflamatórias são recomendadas em praticamente todos os casos, já que a otite tende a causar dor e desconforto. Além disso, a limpeza da região com soluções prescritas pelo veterinário, como ceruminolíticos e antissépticos é indispensável para reduzir o acúmulo de secreções e permitir que a medicação seja administrada de forma correta.

Geralmente, a higienização com as soluções citadas é realizada por um período antes da administração dos fármacos, pois em alguns casos o acúmulo de secreção é tanto que impede que a medicação adentre às estruturas do ouvido.

O tratamento será realizado de acordo com o tipo de otite que acomete o pet. No caso de otites bacterianas, deve-se utilizar medicações antibióticas com potencial bactericida ou bacteriostático. Quando a otite é fúngica, utiliza-se medicações antifúngicas. Quando a causa é parasitária utiliza-se antiparasitário.

É importante diagnosticar o tipo de otite que acomete o pet para que seja possível tratá-lo de forma adequada, evitando assim o uso indiscriminado de medicações, que poderia favorecer a resistência de agentes, sendo uma grande preocupação na medicina veterinária e humana!

Em alguns casos mais complexos, pode ainda ser necessário o tratamento cirúrgico. Portanto, o problema não pode ser ignorado ou encarado como algo tão simples. É importante investigar e diagnosticar de forma assertiva!

Veterinário limpando ouvido de cachorro.
Fonte: Shutterstock

Como prevenir a otite canina

As principais causas de otite estão relacionadas a erros de manejo e também a genética, como vimos acima. Portanto, algumas ações podem ser tomadas com o objetivo de evitar o problema, incluindo:

  • Pedir ao médico veterinário orientações sobre como e com qual frequência higienizar os ouvidos do pet.
  • Proteger os ouvidos na hora do banho para que não entre água e secar bem após o banho com auxílio de toalha e secador (Cuidado com a temperatura).
  • Realizar consultas anuais de rotina, para prevenir não somente a otite canina, mas também outras doenças.
  • Manter a imunidade do animal em dia, por exemplo através de uma alimentação adequada e redução de estresse também auxilia a evitar a otite e outras doenças.
  • Entre outras.

Ao notar qualquer alteração o tutor deve levar o pet para uma avaliação veterinária, que será imprescindível para um diagnóstico rápido e tratamento adequado!

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