Fratura canina: quais os tipos mais comuns na ortopedia de cães?

Cão labrador no veterinário.

As fraturas podem ocorrer por diferentes causas, apresentando diferentes graus de complexidade. É importante que o animal receba atendimento e tratamento adequado para sua recuperação.

Neste texto iremos abordar alguns tipos comuns de fraturas, assim como as principais causas e como diagnosticar e tratar os cães acometidos. Confira!

O que é a fratura nos ossos dos cães?

As fraturas são causadas por um impacto/estresse nos ossos ou alterações metabólicas que alterem a sua função e estrutura. Podendo ser parcial ou completa, as fraturas geralmente acometem ossos mais longos (localizados nos membros), mas também podem acometer outros, como o coxal (quadril dos animais), as costelas e etc.

Cachorro bulldog francês fazendo raio-x.
Fonte: Shutterstock

Tipos comuns de fraturas caninas

As fraturas caninas podem ser classificadas em dois grupos de causas, sendo:

  • Fraturas por traumas: As fraturas traumáticas são aquelas que acontecem em virtude de acidentes. É o caso do pet que sofre uma queda, é atropelado ou até mesmo sofre um esmagamento de uma parte do membro, por exemplo. É mais comum que esse tipo de fratura afete mais os ossos longos, como  o rádio e ulna, tíbia e fíbula, úmero ou fêmur. Porém, em alguns casos pode também afetar ossos menores, como metatarsos, metacarpos e falanges.
  • Fraturas patológicas: As fraturas patológicas ocorrem por desordens que afetam a saúde dos ossos. É o caso por exemplo de doenças nutricionais, como o hiperparatireoidismo secundário nutricional – uma doença metabólica que aumenta a produção do hormônio conhecido como PTH (ou paratormônio), que por sua vez afeta a proporção entre cálcio e fósforo nos ossos. A doença é causada por uma nutrição inadequada ou desbalanceada. Por isso, é indispensável que o médico veterinário esteja ciente de como o pet está sendo alimentado, para que realize os devidos ajustes na dieta caso seja necessário.

Cuidados especiais com raças pequenas

As fraturas podem acometer todos os tipos de cães, porém, tutores de cães de pequeno porte devem ficar ainda mais atentos, já que estes animais  possuem uma estrutura anatômica menor e portanto mais frágil comparado às raças grandes. Além disso, em casa o risco de se machucar em uma queda pode ser maior, já que ao pular de um sofá ou cama por exemplo, a altura será maior quando comparado a um cão de porte maior. Diante disso, é relativamente comum o médico veterinário receber cães com quadros de traumas – muitas vezes com fraturas, por acidentes como queda de degraus de escada (mesmo que não seja muito alto), sofás ou camas.

Além de fraturas, estes animais podem apresentar outros problemas ortopédicos relacionados ao trauma, como o deslocamento da patela (estrutura do joelho do cão) ou até mesmo a ruptura de um ligamento, como o ligamento cruzado cranial – também presente na região do joelho. Portanto, o tutor do pet deve estar atento a estes detalhes ambientais, que podem impactar na saúde do pet.

Enxergando a fratura em cães além da “lesão óssea”

É extremamente importante que o tratamento seja feito pensando no paciente como um todo e não somente na fratura de forma isolada. Isso pois um quadro de fratura gera diversas alterações que podem impactar na saúde do animal.

Principais pontos de atenção no manejo de fraturas em cães:

Dentre os principais pontos que devem receber atenção especial em casos de fraturas ósseas, estão:

  • Manejo de dor: Uma fratura é representada pela ruptura de uma estrutura óssea, sendo caracterizada por gerar muita dor no paciente afetado. Portanto, sempre que há um quadro de fratura, o animal deve receber o tratamento medicamentoso adequado, para que se sinta o menos desconfortável possível, uma vez que a dor e o estresse também são bastante prejudiciais para a saúde! Geralmente o tratamento medicamentoso irá envolver ao menos 3 medicamentos de diferentes classificações para fazer o manejo de dor, o que geralmente inclui o uso de opióides, anti-inflamatórios e analgésicos. O veterinário irá recomendar o protocolo mais adequado para cada paciente.
  • Hidratação e perda sanguínea: Quando falamos em fraturas, principalmente de ossos longos, estamos falando de uma importante estrutura que possivelmente foi lesionada: a medula óssea. A medula está localizada na parte interna dos ossos e é responsável pela produção de sangue (através da sua função de hematopoiese). Quando lesionada, ocorre o extravasamento exacerbado de conteúdo, fazendo com que o pet sofra uma importante perda de sangue. Portanto, o controle de perdas também deve ser realizado neste animal, através do acompanhamento com exames hematológicos (como o hemograma), além do fornecimento de hidratação – que pode ser realizado através da fluidoterapia intravenosa, em volume ideal para cada caso. Outras recomendações podem ser feitas pelo veterinário que acompanha o caso, para que o pet receba um suporte adequado neste período.
  • Estabilização do paciente: Geralmente o animal fraturado apresenta um quadro de urgência, mas não de emergência. Ou seja, na maior parte das vezes há a possibilidade e recomendação do veterinário de estabilizar o pet por pelo menos um dia antes de realizar um possível procedimento cirúrgico, por exemplo. A estabilização, sempre que possível, é importante pois permite que o pet entre em procedimento cirúrgico com uma maior segurança, favorecendo a sua recuperação. Porém, o tempo recomendado de estabilização será direcionado para cada paciente de forma individualizada, respeitando as necessidades e limitações de cada caso.
Cachorro dachshund.
Fonte: Shutterstock

Como as fraturas são diagnosticadas?

O diagnóstico definitivo de fraturas caninas deve ser realizado através de exames de imagem. O exame mais convencional para diagnóstico é o raio-x. Através da radiologia será possível analisar a estrutura óssea e fazer o diagnóstico da fratura. O exame radiológico sempre deve ser feito em pelo menos 2 projeções diferentes.

Em casos mais complexos ou até mesmo cirúrgicos, exames mais específicos também podem ser solicitados, como o raio-x com medidas para planejamento cirúrgico ou uma tomografia computadorizada, que irá avaliar as estruturas de forma ainda mais minuciosa, sendo bastante útil nos casos em que se faz necessária a delimitação de fraturas múltiplas em ossos pequenos, avaliação de estruturas cartilaginosas e outros.

O tratamento deve ser direcionado para cada caso

O tratamento de fratura canina, quando em ossos longos, geralmente irá contemplar a correção cirúrgica. Mas, somente o médico veterinário ortopedista poderá recomendar a opção mais adequada! O pet poderá ainda receber uma tala ou bandagem antes da realização do procedimento.

Também é bastante recomendado que nestes casos o pet tenha suporte de tratamentos complementares, como o caso da medicina integrativa. Assim, poderão ser associadas ao tratamento ortopédico técnicas como acupuntura, fisioterapia e muito mais! A medicina integrativa está em constante crescimento e cada vez mais os animais estão se beneficiando dos tratamentos complementares. Desta forma, a atuação do médico veterinário também está cada vez mais seguindo a linha “multidisciplinar”, contemplando o acompanhamento do paciente com mais de um profissional, sendo um de cada especialidade – assim como ocorre na medicina humana!

O que fazer caso o cãozinho apresente uma fratura óssea?

O recomendado é que ao notar qualquer alteração que possa representar um quadro de fratura ou outras comorbidades, o tutor do pet procure imediatamente um médico veterinário. Caso o problema ocorra durante a noite, é importante que se busque ajuda em uma clínica com funcionamento 24 horas, para que o cãozinho seja estabilizado o quanto antes!

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