Cistite felina: Entenda como o problema acomete os gatos

Gatinho cinza malhado na mesa do consultório veterinário para exame físico.

A cistite é um problema que afeta os felinos por diversos fatores, tendo uma apresentação bem diferente dos casos em cães. É relativamente comum que os felinos apresentem alterações em trato urinário. Neste caso, é importante entender o motivo pelo qual a doença pode acometer os gatos e então poder proporcionar o suporte adequado ao pet caso seja acometido.

O que é a cistite felina?

A cistite felina – também conhecida como cistite idiopática felina, é uma doença do trato urinário inferior dos gatos de caráter não infeccioso. A principal causa da doença é comportamental. Sendo assim, uma série de fatores da vida do animal devem ser investigados para que o médico veterinário possa realizar as devidas orientações para solucionar o problema.

Gato laranja e branco em caixa transporte.
Fonte: Shutterstock

Qual a diferença entre a cistite nos gatos em relação aos cães?

Quando falsos em cães, a cistite geralmente acomete mais as fêmeas, por possuírem a uretra mais curta, facilitando a entrada de patógenos pelo canal e causando uma inflamação muitas vezes acompanhada por infecção bacteriana.

Já nos gatos, a cistite tem caráter não infeccioso e sua causa é comportamental. Ou seja, não há a presença de bactérias! Geralmente quadros de cistite felina podem ocorrer por motivos como:

  • Mudança de ambiente.
  • Introdução de outro pet na casa.
  • Qualquer quadro de estresse (ex: enfermidades, presença de pessoas desconhecidas pelo pet em casa, viagens e qualquer outro motivo).
  • Mudança na alimentação, tipo de areia utilizado ou qualquer coisa que afete a rotina do gato.
  • E outros.

Resumidamente, todo e qualquer fator que possa gerar algum nível de estresse no felino, pode ser um fator desencadeante para a doença, que como vimos, possui caráter idiopático (sem causa específica). Sabendo os motivos pelos quais o pet pode adoecer, fica mais fácil prevenir que o problema ocorra, como veremos nos tópicos adiante.

Principais sinais de que o gato possa estar com cistite:

Como em outras doenças, os sinais clínicos de cistite podem não ser específicos. Porém, é bastante comum que o gato acometido apresente as seguintes alterações:

  • Urinar com menor frequência.
  • Urinar com maior frequência, mas em pouca quantidade.
  • Urinar em local inadequado (como fora da caixa de areia).
  • Vocalizar ao tentar urinar.
  • Entrar dentro da caixa de areia por algumas vezes e sair sem fazer suas necessidades.
  • Ter um comportamento mais agressivo, em virtude de um possível desconforto.
  • Passar a ficar mais em locais que não tinha tanto costume.
  • Outros.

A inespecificidade dos sinais clínicos pode confundir os tutores ou fazer com que não percebam que tem algo de errado com a saúde do pet. Portanto, o recomendado é que sempre fiquem atentos a quaisquer comportamentos fora do normal que o animal possa vir a apresentar. Além disso, é extremamente importante que os proprietários fiquem atentos ao conteúdo da caixinha de areia, verificando todos os dias se há presença de urina e fezes, já que a ausência dos conteúdos podem indicar algum problema.

Gatinho cinza malhado sendo examinado por veterinário.
Fonte: Shutterstock

Como diagnosticar e tratar

O diagnóstico de cistite em gatos é feito no consultório veterinário, através de uma anamnese completa e exame físico, além de exames complementares quando necessário.
Quando solicitados, os exames complementares podem incluir ultrassom abdominal, urinálise e análises hematológicas (como hemograma e bioquímicos).

A anamnese detalhada é fundamental para que informações sobre a rotina do pet sejam levantadas, já que a principal causa do problema é comportamental, estando intimamente relacionada a fatores de estresse.

A partir do diagnóstico é feito o tratamento. Justamente pela doença não ter origem bacteriana, viral, fúngica ou de qualquer outro agente agressor, o uso de medicamentos geralmente não se faz necessário! O médico veterinário irá recomendar adequações de manejos e ações que visam minimizar o estresse do pet. Vale destacar que caso o fator estressante não seja solucionado, o problema pode se tornar recorrente, portanto deve ser investigado e devidamente corrigido!

Em alguns casos mais pontuais, o médico veterinário poderá passar medicamentos como antiinflamatórios não esteroidais e analgésicos caso julgue necessário. Mas, geralmente as mudanças de manejo são suficientes para correção da afecção.

Gatinho laranja e branco arranhando arranhador.
Fonte: Shutterstock

Cistite felina: formas de prevenção

Agora que já sabemos como a doença afeta os felinos, fica ainda mais fácil falar de prevenção!
Como vimos, fatores estressantes são os maiores responsáveis por desencadear a cistite idiopática. Portanto, algumas ações podem ajudar na prevenção, como:

  • Levar o pet para consultas de rotina pelo menos uma vez ao ano.
  • Proporcionar um ambiente agradável ao pet, com uso de prateleiras e arranhadores mais altos (gatos gostam de ambientes verticalizados), fontes de água (pois gostam de água corrente) e etc.
  • Disponibilizar uma caixa e meia de areia por gato: ou seja, para 2 gatos, o correto é ter 3 caixas de areia. Já para um gato, o correto é que se tenha 2 caixas de areia na residência.
  • Não permitir acesso à rua: o acesso às ruas pode contribuir para que o gato adquira diversas doenças e o expõem a um nível alto de estresse devido à disputa de território e brigas, portanto deve ser evitado.
  • Brinquedos são sempre interessantes. Porém, cuidado com brinquedos contendo linhas ou pedaços pequenos, pois os pets podem ingerir de forma acidental.
  • O enriquecimento ambiental é uma boa estratégia para reduzir os níveis de estresse.
  • Itens como difusores de feromônios e graminhas como a “erva do gato” são uma boa opção para proporcionar bem-estar ao felino.

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