Os cães estão entre os principais animais domésticos tidos como pet atualmente, tanto no Brasil como em outras regiões do mundo. Existem mais de 340 raças de cães reconhecidas a nível mundial nos dias de hoje.
Sabe-se que algumas raças possuem características comportamentais mais específicas, como por exemplo uma raça que possua um comportamento de caça mais aguçado. Porém, diversos outros comportamentos são mais generalistas, não sendo específicos ou mais direcionados à determinada raça, como é o caso do comportamento territorialista.
O territorialismo em cães pode representar um certo incômodo na família que convive com o pet, além de gerar possíveis transtornos como brigas com outros animais. É importante conhecer as principais causas do problema, assim como as possíveis formas de prevenção, para que a convivência com o animal possa ser mais harmônica.
Neste artigo iremos falar um pouco mais sobre como lidar com um cachorro territorialista e quais as principais causas que podem gerar este comportamento. Continue conosco e entenda mais sobre o assunto!
O que é um cachorro territorialista?
Um cachorro territorialista é aquele que protege, através de diferentes formas, um local ou itens que considere de sua posse. Essa “proteção” acaba ocorrendo de distintas formas, tendo como principais características o comportamento de agressividade e marcação de território (como por exemplo o ato de urinar em locais inapropriados, visando marcar aquele local com sua urina).
Apenas os machos são territorialistas?
A resposta é: NÃO!
Tanto os cães machos como as cadelas podem ser territorialistas. O comportamento não é diretamente determinado por questões hormonais, o que justificaria que apenas machos fossem territorialistas. Portanto, as fêmeas também podem apresentar comportamento de territorialismo.
Quais os principais motivos que levam um cão ao comportamento de territorialismo?
O territorialismo pode ser gerado ou induzido por diversos fatores, incluindo características fisiológicas (influências hormonais) e até mesmo a forma de criação do pet. Vejamos a seguir os principais motivos que tornam um cachorro territorialista:
1. Forma de criação
Quando um pet é adotado ainda filhote, é altamente recomendado que seu tutor o treine e eduque de acordo com o que deseja que o animal seja quando adulto. Por exemplo: se você não deseja que o cão durma na cama dos humanos, não é recomendado que o deixe dormir na cama dos humanos quando filhote, pois ele irá se acostumar com essa rotina e, depois, será mais difícil modificar este comportamento. Este exemplo se estende à diversas outras ocasiões, como o tipo de dieta (se deseja que o pet se alimente apenas de ração, não deve dar alimentos humanos enquanto jovem), escovar os dentes (quando o hábito começa desde cedo, o animal tende a aceitar melhor a escovação diária), além de muitos outros. Ou seja, a fase de filhote/juvenil é extremamente importante para ditar como o animal possivelmente irá se comportar na vida adulta.
Para animais que são adotados ou adquiridos já adultos isso se torna um pouco mais difícil, pois os animais já terão características próprias de comportamento. Porém, até mesmo nesses casos é possível ensinar muitas coisas aos pets, moldando seus comportamentos de acordo com o desejado para uma melhor convivência. Então, saiba que é possível educar e ensinar um cão mesmo quando adulto, mesmo que às vezes de forma um pouco mais restrita!
Tanto para cães filhotes como para cães adultos, o tutor poderá ainda contar com o suporte de um profissional adestrador, que irá auxiliar em diversos pontos relacionados ao comportamento do pet. Além disso, há ainda a opção de frequentar creches para cães, assim, o cãozinho terá mais contato com outros animais e também com os profissionais educadores/cuidadores, podendo também melhorar seu comportamento em diversos âmbitos.
2. Animais não castrados
Sabe-se que a castração dos animais domésticos pode ser benéfica em diversos pontos – não somente comportamentais, mas também de saúde, evitando algumas doenças. Falando especificamente na questão comportamental, os cães não castrados tendem a desenvolver um comportamento territorialista mais aguçado, embora não seja regra. Portanto, a castração pode ser uma boa aliada na tentativa de melhora destes comportamentos.
Além disso, é importante ressaltar que animais jovens tendem a se beneficiar mais do procedimento quando o assunto é a melhora no comportamento. Isso está relacionado às questões abordadas no tópico acima, já que um animal adulto ou idoso já estará muito mais acostumado com determinados comportamentos do que um animal jovem.
3. A chegada de um novo pet na casa
A chegada de um novo pet em casa pode aumentar o grau de territorialismo do animal que já vivia na casa anteriormente. Isso pois no mundo animal há a tendência de que o animal que já habitava determinado lugar seja o dominante – ou seja, ele reconhece tal lugar como território dele. Com a chegada de um novo pet, o novo animal passa a ser o submisso – ou seja, ele deve reconhecer que o pet mais antigo “comanda” o local. Isso muitas vezes pode ocorrer de forma branda, mas às vezes pode gerar algum desconforto, como por exemplo gerando briga entre os pets.
Por isso, quando se pensa em adquirir ou adotar um novo pet, é recomendado que antes mesmo de levar o novo animal para casa, o proprietário busque orientações de um médico veterinário, para que a adaptação da nova rotina seja o mais tranquila possível.
Quais os principais impactos quando um cachorro é territorialista?
O comportamento de um cachorro territorialista pode gerar impactos negativos para a saúde do próprio pet. Isso pois o problema pode resultar em elevado grau de estresse, que pode causar inclusive problemas para a saúde do pet. Além disso, o comportamento pode também causar uma dificuldade na convivência com outros pets e com os seres humanos que convivem com o animal. Portanto, é altamente recomendado que se busque ajuda de um médico veterinário e profissionais que trabalham com comportamento animal em muitos dos casos.
O que fazer para reduzir o comportamento territorialista nos cães?
Algumas atitudes simples podem ajudar a reduzir o comportamento indesejado do cachorro territorialista, como:
- Castração: o médico veterinário que acompanha o pet poderá indicar o momento mais adequado para a realização do procedimento.
- Educação: a educação em casa, o auxílio de um adestrador e o ato de frequentar creches também podem ajudar nessa questão.
- Medicina Integrativa: a medicina integrativa visa tratar diversas questões, como de saúde e comportamentais. Um veterinário que atua com medicina integrativa pode também auxiliar em questões comportamentais, com diferentes técnicas, como a acupuntura ou o uso de florais, por exemplo.
Como vimos, há grande influência do médico veterinário nas recomendações e estratégias de ajustes de comportamentos para os cães.