Entendendo sobre a temperatura corporal dos répteis

Serpente

Cada grupo de animais possui características distintas e demandam de cuidados específicos. Para os répteis isso não é diferente!

Os répteis fazem parte da classe reptilia, que é composta por animais como lagartos, serpentes, quelônios (como jabutis e cágados), crocodilianos e outros. 

Atualmente é bastante comum a criação de répteis como pet, sendo bastante frequente em clínicas veterinárias a presença de serpentes (como por exemplo a jibóia), lagartos (como iguana, dragão barbado e leopard gecko), jabutis, tigres d’água e outros.

Uma das principais características fisiológicas dos répteis é a forma na qual estes animais conseguem regular a sua temperatura corporal. Neste artigo iremos abordar um pouco mais sobre como isso ocorre e de quais formas os tutores de répteis podem ajudar neste processo. Confira!

Como é a temperatura corporal dos répteis?

Os répteis são considerados animais ectotérmicos, ou seja, dependem de fatores externos para adequar a sua temperatura corporal. A temperatura corporal tem grande influência na saúde dos animais, devendo ser um ponto bastante relevante quando o assunto é o cuidado com os animais!

O que são animais ectotérmicos?

Os animais ectotérmicos são aqueles que não conseguem regular a sua temperatura corporal por mecanismos internos, necessitando portanto receber uma fonte de calor externa para que consiga realizar uma termorregulação efetiva (ajuste de temperatura).

Já os animais endotérmicos, como por exemplo os mamíferos, conseguem adequar sua temperatura corporal por mecanismos fisiológicos de termorregulação. Por exemplo: utilizar uma roupinha de frio em um cão pode ser efetivo para auxiliar no controle da temperatura corporal. Porém, em um réptil isso não é eficaz, necessitando de uma fonte de calor externa, como iremos falar adiante.

Todos os répteis possuem a mesma temperatura corporal?

Cada réptil possui uma temperatura que varia de acordo com a espécie. Porém, geralmente, para muitas espécies essa temperatura irá variar entre 20 e 30ºC, dependendo do ambiente em que vive, habitat natural do animal, fonte de calor oferecida, estado de saúde e outros fatores. O médico veterinário especializado em animais silvestres será o profissional ideal para identificar se aquele animal está ou não sob o conforto térmico adequado.

Dragão Barbado
Fonte: Shutterstock

3 formas de otimizar a temperatura corporal dos répteis

Para poder fornecer formas de tornar essa termorregulação mais afetiva, é necessário conhecer a espécie. Portanto, quem possui um réptil em casa deve sempre buscar orientação em consulta com um veterinário especializado. De forma geral, algumas ações podem ser tomadas visando um maior conforto térmico para os répteis, como:

1. Conhecer a espécie e buscar orientação de um profissional especializado

O profissional especializado irá realizar uma avaliação completa do animal, devendo levantar informações relevantes sobre os cuidados e manejos que o animal está recebendo em casa, para que os devidos ajustes sejam feitos.

2. Manter o animal em ambiente protegido de chuva e frio

Como estes animais são afetados diretamente pela temperatura externa, não é aconselhado que fiquem em ambientes gelados ou com presença de chuva sem opção de abrigo.

3. Utilização de fontes de aquecimento

O uso de fontes externas de aquecimento é essencial para fornecer um conforto térmico adequado ao réptil. Embora existam diversas opções de aquecimento, nem todas servem para todos os tipos de répteis. Cada animal possui um hábito e necessidade específicas, devendo receber a recomendação sobre qual a melhor fonte de aquecimento por um veterinário especializado em animais silvestres.

Lâmpadas de aquecimento

As lâmpadas de aquecimento são bastante utilizadas por exemplo para lagartos e quelônios (jabutis e tigres d’água) e podem ser de diferentes tipos, como por exemplo de cerâmica (que fornece apenas calor, sem luz) ou lâmpada UVB (recomendada geralmente para animais de hábitos diurnos, que tendem a receber UVB diretamente da luz solar quando em vida livre). As lâmpadas possuem diversas potências, devendo ser recomendada de acordo com a espécie e com o caso em específico (de acordo com a criação, doenças prévias, tipo de recinto/terrário em que o animal vive e outros fatores).

Placas de aquecimento

As placas de aquecimento são geralmente utilizadas para animais como as serpentes. Quando utilizadas, devem ser tomados diversos cuidados para que sejam evitados acidentes devido à alta temperatura em contato direto com o animal, podendo ocasionar graves queimaduras. O recomendado é que a placa nunca fique em contato direto com o animal. O veterinário poderá orientar sobre todos os cuidados necessários para a escolha da melhor placa e formas de evitar acidentes com o uso da mesma.

Jiboia
Fonte: Shutterstock

Outros cuidados essenciais com os répteis

Além da temperatura, que é um fator extremamente importante para a saúde e bem-estar dos répteis, já que pode inclusive influenciar no metabolismo do animal, há outros cuidados que também são essenciais quando o assunto são eles, como:

  • Alimentação: o manejo nutricional deve ser adequado de acordo com a espécie, fase de vida e época do ano. Alguns répteis por exemplo podem ficar por semanas sem se alimentar durante épocas frias. Porém, a temperatura corporal ideal dos répteis auxilia para que não fiquem por tempo muito prolongado sem se alimentar. Além disso, a alimentação excessiva dos répteis pode gerar problemas relacionados à obesidade, já que a necessidade energética destes animais é bem mais baixa em relação aos mamíferos, por exemplo.
  • Consultas de rotina: assim como em todas as espécies, as consultas de rotina visam fornecer saúde e bem-estar, prevenindo doenças e auxiliando em diagnósticos precoces. Em virtude do metabolismo nessas espécies ser mais lento, e eles aparentarem uma maior rusticidade, os répteis tendem a demorar muito para apresentar algum sinal clínico quando algo não está indo bem com a sua saúde. Sendo assim, as consultas médicas se tornam essenciais para prevenir e diagnosticar as possíveis afecções que possam afetá-los.

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