Como alimentar filhote de papagaio: confira dicas de cuidados para filhotes

Papagaio verdadeiro em folhas de palmeira.

O papagaio está entre os psitacídeos mais criados nos lares brasileiros, sendo o Amazona aestiva (ou papagaio verdadeiro, como é conhecido popularmente) o mais comum!

Os papagaios fazem parte da família dos psitacídeos – que são as aves com bico curvado, como também as calopsitas, araras, periquitos, entre outros.

A longevidade dos papagaios é bastante longa, podendo ultrapassar os 60 anos de idade quando o animal está sob cuidados humanos com todos os manejos adequados e saúde em dia. Portanto, pode-se dizer que um papagaio com 10 a 20 anos é ainda considerado um jovem adulto.

Uma das grandes dificuldades na criação destes animais, é quando os filhotes não estão comendo de forma espontânea (Seja pela idade ou por alguma afecção) e, necessitam de alimentação assistida (realizada sob o auxílio de um humano). Nestes casos, há muitos pontos que devem ser levados em consideração, como iremos abordar neste artigo.

Como alimentar filhotes de papagaio em casa?

Quando adquiridos de forma legal através de criadouros parceiros do IBAMA, geralmente os animais já vão para a casa do proprietário em idade suficiente para se alimentarem sozinhos. Porém, animais adoecidos ou muito jovens podem necessitar de auxílio humano para a alimentação. Mas, vale lembrar que isso traz também alguns pontos de atenção.

A alimentação assistida deve ser realizada através de uma sonda própria para alimentação de aves, de preferência rígida (facilitando que o objeto seja inserido no local adequado), que será introduzida diretamente no inglúvio (papo) da ave, depositando então o alimento no local.

Papagaio verdadeiro Amazona aestiva
Fonte: Shutterstock

O que oferecer de alimento para um filhote de papagaio?

Filhotes de papagaio que não se alimentam sozinhos – seja pela idade ou por estarem adoecidos – devem receber alimentação pastosa, que é realizada através de papinha via sonda, conforme citado anteriormente. Existem diversas opções à venda em pet shops, porém, o ideal é que o alimento oferecido seja de marca super premium, pois estes sim entregam os níveis de energia e nutrientes que o animal precisa para uma nutrição balanceada.

Animais filhotes ou adoecidos possuem uma necessidade energética mais alta quando comparados a animais adultos ou saudáveis. Além disso, o metabolismo das aves é muito alto e não há uma reserva de energia. Isso também predispõem às aves a episódios de hipoglicemia, que podem inclusive levar o animal à morte.

5 riscos ao alimentar um filhote de papagaio em casa

Além de oferecer o alimento adequado e com a técnica correta, também é importante levar em consideração a frequência da alimentação via sonda. Algumas aves podem precisar receber a alimentação a cada 2 horas, enquanto em outros casos um espaçamento de 4, 6 ou mais horas poderá ser estabelecido pelo médico veterinário especializado em animais silvestres. Apenas o profissional poderá recomendar a melhor opção para o paciente. Além disso, pode ser recomendada a internação do pet para que a alimentação seja feita com maior segurança por profissionais capacitados para tal função!

Alguns dos problemas mais comuns relacionados à alimentação via sonda em casa envolvem:

1. Ingestão acidental da sonda

A ingestão acidental da sonda é mais comum com sondas flexíveis (como por exemplo de plástico), pois o animal pode facilmente fechar o bico e romper a sonda, deglutindo o pedaço que ficou no bico. Porém, acidentes com sondas rígidas também podem ocorrer. Casos de ingestão de sonda são considerados geralmente quadros de urgência, onde o animal necessita de atendimento imediato. Em alguns casos pode ser necessário realizar procedimentos mais invasivos para a retirada da sonda, como a endoscopia.

2. Queimadura de papo/inglúvio

O alimento oferecido via sonda deve ser levemente aquecido, porém, quando o procedimento é feito por uma pessoa que não seja o médico veterinário especializado em animais silvestres, há riscos elevados de queimadura de inglúvio, devido a alta temperatura do alimento. A queimadura pode gerar graves complicações como fístulas, feridas com necrose, infecções bacterianas, entre outros, podendo inclusive evoluir para o óbito do animal.

3. Broncoaspiração do alimento

A broncoaspiração também é um problema comum quando os animais são alimentados através da sondagem em casa. O problema geralmente ocorre por inserir a sonda em local inadequado (como fora do papo), favorecendo que o alimento adentre à traqueia. Pode ocorrer também quando uma grande quantidade de alimento é inserida no papo de forma muito rápida ou ainda quando o animal regurgita o alimento ingerido. O problema pode ser considerado uma emergência e muitas vezes pode ocorrer asfixia, levando o animal a óbito em questão de segundos.

4. Ruptura ou lesões de inglúvio

O problema pode ocorrer devido a lesões causadas pelo alimento em altas temperaturas, ou ainda pelo atrito/trauma da sonda no inglúvio (papo) do pet. Sendo também considerado um quadro bastante grave.

5. Outros problemas

Outros problemas podem ser causados devido à alimentação incorreta dos filhotes, como:

  • Estase de inglúvio (quando há a dificuldade na digestão do conteúdo, que permanece por um longo período no papo do animal, gerando diversas complicações. Pode ocorrer por exemplo em virtude da temperatura, frequência e quantidade de alimento oferecido de forma inadequada).
  • Subnutrição (atraso no crescimento, perda de peso ou caquexia, devido ao aporte nutricional insuficiente).
  • Obesidade (devido à quantidade ou qualidade de alimento inadequados).
  • Lesões diversas ao manipular a ave (fratura de asa, fratira de patas, lesões em bico, lesões oftalmológicas, entre outros).
Papagaio Amazona aestiva
Fonte: Shutterstock

Como deve ser a alimentação de um papagaio que já consegue se alimentar sozinho?

Quando um papagaio já se alimenta sozinho, na fase adulta o recomendado é que sua dieta seja composta ao menos por 80% de ração extrusada de marca super premium. O alimento é completo e oferece um aporte nutricional adequado para a ave. Cerca de 10-15% da dieta pode ser composta por frutas, sendo recomendado para psitacídeos banana, maçã, laranja, pimenta dedo de moça, entre diversos outros. Já os outros 5-10% da dieta podem ser compostos por petiscos – no caso um mix de sementes, também de marca super premium. Lembrando que a dieta do pet sempre deve ser acompanhada por um médico veterinário especializado em animais silvestres.

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