A ortopedia é uma área essencial dentro da medicina humana e também veterinária, dedicando-se ao tratamento e diagnóstico de afecções musculoesqueléticas (ósseas, articulares, ligamentares e etc.).
A medicina veterinário está em constante avanço, tendo hoje possibilidades de diagnóstico por imagem avançado, além de um constante avanço em técnicas de tratamento, favorecendo o avanço da ortopedia canina, felina e dos demais animais.
Neste texto iremos explorar um pouco mais sobre o universo da ortopedia nos cães, conhecendo as principais afecções que podem afetar os pets. Continue conosco e saiba mais!
O que engloba a ortopedia canina?
A ortopedia canina engloba o diagnóstico, tratamento, acompanhamento e prevenção de doenças que afetam estruturas importantes do corpo como ossos, ligamentos, articulações e tendões.
Principais alterações ortopédicas em cães
Diversas patologias relacionadas à ortopedia podem afetar os cães. Porém, existem algumas que são mais comuns na espécie. Além disso, há algumas afecções que tendem a afetar em maior proporção os cães de determinadas raças – o que chamamos de predisposição racial.
Confira abaixo a lista dos principais problemas presentes na rotina da ortopedia canina:
Fraturas
As fraturas ocorrem quando há a ruptura de uma estrutura óssea. O animal pode quebrar um osso por completo ou ainda apresentar uma fratura incompleta, que é caracterizada quando há a ruptura de apenas um dos lados do osso, tendo ainda uma parte intacta que dá suporte ao membro acometido, por exemplo.
As fraturas possuem diversas classificações, que caracterizam o nível de gravidade, além de indicar as possibilidades de tratamento.
O exame de eleição para diagnóstico de fraturas ósseas é o raio-x, que deve ser solicitado sempre em no mínimo 2 projeções, muitas vezes sendo necessárias 3 ou mais. Isso pois a sobreposição de estruturas não permite uma visão tridimensional, prejudicando a avaliação caso seja feito em apenas uma projeção/posicionamento.
A tomografia computadorizada é um exame de imagem avançado, podendo ser também necessária, principalmente em casos de planejamento cirúrgico ou para uma melhor avaliação de estruturas ligamentares e tendíneas, por exemplo. Para realizar o exame de tomografia o animal deve receber uma sedação, sendo, portanto, necessário a realização de exames pré-anestésicos, para que seja realizado com maior segurança.
Os tratamentos das fraturas serão sugeridos pelo médico veterinário ortopedista após identificado o tipo de problema que afeta o pet.
Luxação
A luxação de patela é o tipo mais comum que acomete os cães, sendo identificada em maior proporção em cães de raças pequenas, como por exemplo o Spitz alemão e o Yorkshire, além de outras. O problema ocorre quando há o deslocamento de uma estrutura óssea do joelho – a patela. A alteração pode gerar dor e desconforto ao pet. O tratamento pode ou não ser cirúrgico, à depender do caso.
Embora menos comuns, também podem ocorrer luxações de ombro, cotovelo e outras estruturas em regiões articulares.
Discopatias
As discopatias são caracterizadas por alterações em coluna cervical, torácica e lombar. Dentre as alterações mais comuns de disco intervertebral estão a extrusão e protusão – conhecidas popularmente como “hérnia de disco”, e sendo diferenciadas pela direção do deslocamento do disco, que pode ocorrer para o interior ou exterior da estrutura óssea.
Embora possam acometer cães de diversas raças, os animais mais longilíneos (que possuem vértebras mais alongadas), tendem a ser mais acometidos pelo problema, como por exemplo o Dachshund e o Basset Hound.
Há diversas opções de tratamento para as discopatias, sendo bastante recomendado nos dias atuais o tratamento multidisciplinar, que envolve diversas especialidades, como por exemplo técnicas de medicina integrativa (Acupuntura, fisioterapia e outras estratégias), visando um melhor controle de dor e qualidade de vida ao animal.
Ruptura ligamentar
Dentre os problemas ligamentares mais presentes nas clínicas veterinárias está a ruptura do ligamento cruzado cranial do joelho. Embora possa acometer diversos cães, a alteração se faz mais presente nas raças pequenas, como o Spitz alemão e o Yorkshire, em virtude da fragilidade das estruturas, que muitas vezes se rompe em quedas pequenas ou saltos de locais altos (como cama, sofá, escada e etc).
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, à depender da avaliação do ortopedista veterinário responsável pelo caso.
Displasia Coxofemoral
A displasia coxofemoral é caracterizada por diversas alterações na estrutura acometida, como a incongruência articular do osso femoral na fossa do acetábulo, que fica localizada no osso coxal (conhecido nos seres humanos como “bacia”). Com isso, o “encaixe” dessas duas estruturas fica prejudicado, já que a fossa acetabular fica mais “rasa” e com aspecto de “frouxidão”, fazendo com que o fêmur se desloque nos momentos de movimentação do pet – o que gera bastante dor e desconforto.
Embora possa acometer cães de diversos portes e idades, a displasia coxofemoral é bastante presente em cães de raças como pastor alemão, labrador ou golden retirever, rottweiler, bernese mountain e outros.
O ortopedista veterinário poderá recomendar o tratamento mais adequado para cada caso.
Neoplasias ósseas
Embora as neoplasias sejam um problema oncológico, quando acomete os ossos, podem eventualmente ser previamente identificadas pelo profissional ortopedista, já que os animais tendem a ir à consulta com sinais clínicos voltados para a especialidade ortopédica, como a dor ao caminhar.
Quando buscar pelo serviço de ortopedia canina?
É recomendado que os tutores procurem um médico veterinário sempre que o pet apresentar qualquer alteração locomotora ou indícios de que algo não esteja bem com sua saúde. Muitas vezes o atendimento primário será feito pelo veterinário clínico geral, que prestará o suporte primário e irá encaminhar o paciente para a equipe de ortopedia.
A medicina veterinária está em constante avanço e oferece oportunidades incríveis de carreira!
