A diabetes mellitus é uma doença de grande relevância nas clínicas veterinárias. Trata-se de uma doença endócrina e que demanda de um diagnóstico preciso e um constante acompanhamento para que o agravamento do quadro seja evitado e o animal tenha uma melhor qualidade de vida.
Neste post vamos abordar melhor sobre os principais detalhes da diabetes canina e dar algumas dicas essenciais para que o médico veterinário e proprietário fiquem alertas e saibam o que fazer caso o pet apresente o problema!
O que é a diabetes canina
Muito semelhante ao acometimento em humanos, a diabetes canina trata-se de uma doença endócrina que faz com que a capacidade pancreática seja afetada, inibindo a produção de insulina que deveria ocorrer no órgão. Caso não diagnosticada de forma precoce ou não tratada corretamente, poderá trazer grandes complicações e até mesmo ser fatal.
Possíveis complicações em cães diabéticos
A ausência ou redução drástica dos níveis de insulina no organismo fazem com que o animal fique sem energia, mas com acúmulo de glicose no sangue. Com isso, os altos índices de glicemia podem causar diversos danos para a saúde do pet, envolvendo por exemplo cegueira ou até mesmo insuficiência renal. Animais descompensados podem ainda entrar em quadro de acidose metabólica ou cetoacidose diabética, demandando de cuidados ainda mais intensivos e com elevado risco de óbito.
Conhecendo as principais causas da doença
Uma série de fatores podem desencadear a diabetes mellitus em cães, sendo que na maioria das vezes há mais de um fator envolvido no surgimento da doença.
Os principais fatores causadores da doença são:
- Obesidade: a dieta inadequada, com alimentos processados, petiscos em quantidade ou de tipos não recomendados, ou até mesmo a quantidade de ração oferecida ao pet podem fazer com que o animal consuma mais energia, açúcar, gordura e outros nutrientes em excesso, favorecendo o surgimento dessa e de outras doenças.
- Excesso de gordura no sangue: conhecida tecnicamente como hiperlipidemia, o acúmulo de gordura no sangue está intimamente ligado à dieta inadequada e também pode trazer danos para a saúde do pet.
- Predisposição genética: assim como ocorre nos seres humanos, alguns animais podem ser predispostos ao surgimento da doença.
- Predisposição racial: raças como Schnauzer, Labrador, Golden retriever, Poodle, Beagle e muitas outras podem ter maiores chances de desenvolver a afecção.
- Doenças endócrinas: pode também ter como causa a pancreatite, que causa a inflamação do pâncreas – glândula responsável pela produção de insulina. Outras doenças como o hiperadrenocorticismo – que afeta as glândulas adrenais, também podem estar relacionadas à diabetes canina.
Possíveis sinais clínicos de diabetes canina
Assim como em diversas outras enfermidades, a doença pode ser silenciosa ou até mesmo apresentar sinais clínicos inespecíficos, o que muitas vezes dificulta o diagnóstico precoce.
Alguns dos principais sinais clínicos que os proprietários podem notar em seus pets diabéticos são:
- Muita sede e urinar com maior frequência: os cães acometidos tendem a aumentar a ingestão de água e urinar com frequência bastante aumentada. Geralmente os proprietários notam este sinal clínico com maior facilidade, já que são eles que disponibilizam água para o pet e geralmente limpam o local onde o animal faz suas necessidades. Com isso, fica mais fácil perceber essas alterações.
- Urinar em local inadequado: o aumento na produção de urina pode fazer com que o animal passe a urinar em locais não habituais. Quando os demais sinais não são tão evidentes, o dono do pet pode achar que é apenas uma alteração comportamental e isso pode ser um problema, podendo tornar o diagnóstico ainda mais tardio.
- Perda de peso: o emagrecimento geralmente se apresenta de forma progressiva, o que pode fazer com que alguns proprietários demorem um pouco para perceber o problema. A pesagem periódica dos animais quando possível (como por exemplo uma vez ao mês), pode ser uma boa opção para acompanhar se há alguma mudança ainda discreta ou imperceptível.
- Aumento de apetite: os animais diabéticos tendem a ter mais fome. Como eles dependem dos donos para oferecer a alimentação, este também acaba sendo um sinal relativamente fácil de se perceber. Porém, o que muitas vezes ocorre é o dono do animal achar que a fome excessiva é “normal”, pois muitas vezes pensam que um animal doente teria o apetite reduzido.
- Cegueira repentina: em quadros mais graves o animal pode apresentar um quadro repentino de cegueira, o que também é facilmente percebido pelas pessoas que vivem com o pet.
Etapas do diagnóstico
As consultas veterinárias de rotina e realização de exames favorecem o descobrimento da doença no estágio inicial, possibilitando um melhor tratamento e com resultados mais animadores.
Como na maioria das doenças, o diagnóstico começa ainda na consulta, onde o veterinário irá colher diversas informações relevantes sobre o histórico do pet. Além disso, um conjunto de exames é necessário para um diagnóstico preciso! No caso da diabetes o médico veterinário poderá solicitar exames como:
- Exames de sangue: hemograma, dosagem de glicemia e frutosamina (índice médio de glicose no sangue durante as últimas semanas), além de enzimas hepáticas e pancreáticas podem ser solicitados. É importante ressaltar que a dosagem glicêmica isolada não é suficiente para o diagnóstico e pode mascarar o problema!
- Exame de urina: a urinálise do tipo I pode mostrar indícios importantes de que o animal é diabético, como a grande presença de glicose na urina.
- Outros exames podem ser solicitados de acordo com cada caso.
Como funciona o tratamento do cão diabético?
Assim como ocorre na medicina humana, a doença não tem cura! Porém, o paciente que recebe um diagnóstico correto e tratamento adequado geralmente convive bem com a afecção. O tratamento poderá envolver desde a adequação da alimentação do pet até o uso de medicamentos como a insulina.
A prevenção é sempre a melhor escolha!
Para a prevenção de diabetes canina e diversas outras doenças, é altamente indicado que o animal saudável faça um check up anual. Alguns exames importantes não podem ser deixados de lado, como por exemplo o exame de urina, que auxilia não somente no diagnóstico de diabetes, mas também outras doenças como a insuficiência renal.
Outras atitudes simples também auxiliam na prevenção, como:
- Oferecer ao pet apenas petiscos recomendados pelo médico veterinário, que geralmente possuem um equilíbrio melhor de ingredientes na formulação.
- Não oferecer alimentos humanos, principalmente os que contenham temperos ou alto índice de carboidratos e gorduras.
- Atentar-se à quantidade diária de alimento recomendada ao animal de estimação. Cada ração possui uma formulação diferente, portanto, a quantidade do alimento oferecido deve ser adequada não somente ao peso, mas ao objetivo para aquele animal. Por exemplo: se 2 pacientes de tamanhos diferentes mas com o mesmo peso (um com sobrepeso e um em peso ideal) consomem a mesma ração, o médico veterinário provavelmente irá indicar quantidades diferentes para cada indivíduo.
A prevenção sempre será a melhor forma de manter a saúde do pet em dia, evitando a diabetes canina e outras doenças!
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