Embora muita gente não faça essa relação, a medicina veterinária e a medicina humana estão intimamente ligadas quando o assunto é saúde única!
Diversos problemas humanos podem afetar a saúde animal e a fauna, assim como inúmeros problemas relacionados aos animais podem afetar a saúde humana. Assim são com doenças zoonóticas e resistências de patógenos, como vírus, fungos e bactérias.
Neste artigo iremos abordar pontos importantes sobre um assunto bastante sério no âmbito da saúde humana e animal: a resistência bacteriana!
Fique ligado nas informações e saiba como proteger a sua saúde e a do seu pet. Confira!
O que é resistência bacteriana?
A resistência bacteriana é caracterizada pela infecção por bactérias que sejam resistentes a antimicrobianos. Desta forma, a bactéria não responde bem aos tratamentos propostos, causando diversos danos ao paciente afetado – seja humano ou animal, sendo inclusive uma importante causa de morte em casos de sepse (infecção generalizada).
A resistência bacteriana pode ocorrer por diversos motivos, sendo os principais:
- Adaptação e mutação do patógeno ao longo do tempo.
- Uso inadequado de antibióticos: muitas vezes os fármacos dessa classe são administrados de forma indevida – ou seja, sem a presença de uma infecção bacteriana ativa, o que favorece o surgimento de resistência bacteriana. O uso por tempo, dose ou frequência inadequados também podem predispor o surgimento do problema.
Qual o impacto do problema na saúde pública?
Muitas bactérias que transitam na saúde animal também estão presentes no ser humano – e vice-versa. Ou seja, o uso indevido de antibióticos na saúde animal, pode afetar a saúde humana, através da evolução de bactérias que possam vir a se tornar resistentes, afetando também a saúde humana!
Por este motivo, atualmente os antibióticos devem ser comprados apenas com receita específica feita por profissional capacitado para tal prescrição. Além do problema relacionado à resistência bacteriana, alguns medicamentos podem causar problemas relacionados a diversos sistemas, como alterações/sobrecarga renal. Portanto, não é recomendado que os seres humanos e animais façam uso destes medicamentos sem a devida recomendação pelo profissional.
3 formas de evitar a resistência bacteriana
Algumas atitudes simples ajudam a evitar problemas relacionados à resistência bacteriana, tornando também os tratamentos mais efetivos, como:
1. Evitar a automedicação
A automedicação é um problema sério na saúde humana e animal. Muitas pessoas fazem o uso sem recomendação e muitas vezes de forma indevida. Por exemplo: a gripe humana é uma afecção causada por vírus. Porém, é relativamente “normal” que algumas pessoas pensem “estou com gripe, preciso tomar um antibiótico”. Porém, o antibiótico trata infecções bacterianas, o que não é o caso em quadros de gripe e resfriado.
Quando o fármaco é usado de forma indevida, como nestes casos, ocorre a predisposição à bactérias resistentes. Portanto, não tome e não dê um antibiótico ao seu animal sem a recomendação do profissional capacitado para avaliar a real necessidade do uso do medicamento!
2. Não prescrever antibióticos sem a realização de exames prévios
Uma importante recomendação para os profissionais da saúde é a realização de exames complementares.
Exames simples podem evidenciar quadros de possíveis infecções bacterianas – o que justificaria o uso de um antibiótico! Entre os principais, estão:
- Hemograma: O exame poderá trazer importantes informações sobre alterações hematológicas, como leucocitose, neutrofilia, entre outros.
- Cultura bacteriana: A cultura bacteriana visa mostrar o crescimento bacteriano do local afetado, além de poder evidenciar também qual é a bactéria presente na infecção. Com isso, já é possível ter uma ideia se a bactéria é aeróbia, anaeróbia e etc., podendo direcionar o uso de um grupo de antibióticos mais adequado para aquele problema.
- Antibiograma: Após a identificação da bactéria presente (através da cultura bacteriana), poderá ser realizado o antibiograma. O exame é altamente recomendado para identificar o melhor fármaco para tratar aquela afecção. O antibiograma irá testar a resistência daquela bactéria frente à diversas opções de antibióticos, mostrando ao profissional quais medicamentos podem ou não ser utilizados naquele caso.
3. Escolher medicamentos adequados para a infecção presente
Sendo também uma importante recomendação para profissionais da saúde, com o resultado do antibiograma, o mais recomendado é que o tratamento seja feito com fármacos que sejam mais “fracos” frente aos demais. Ou seja, não é necessário utilizar uma cefalosporina de terceira geração, se o agente infeccioso encontrado irá responder bem a um fármaco de primeira geração.
Resistência bacteriana: O papel da medicina veterinária na saúde única
A medicina veterinária e humana caminham lado a lado quando o assunto é saúde única! Portanto, se você é médico, médico veterinário ou deseja seguir carreira nessas áreas de atuação, saiba que o seu papel é fundamental para a prevenção de doenças e problemas como a resistência bacteriana!