A raiva está entre as doenças zoonóticas de maior relevância e preocupação para a saúde pública e animal. Isso pois trata-se de uma doença muito grave, praticamente sempre fatal!
Quando se pensa em ter um pet como um cão ou um gato, é importante que o tutor do animal busque orientações com um médico veterinário para que o pet receba os devidos cuidados e assim possa ser evitado o contágio pela raiva e também por diversas outras doenças graves!
Neste artigo iremos falar um pouco sobre o que é a raiva, como os animais e seres humanos podem se infectar e dicas relevantes para a prevenção da doença. Confira!
O que é raiva humana?
Caracterizada como uma doença infecciosa viral de caráter agudo, a raiva acomete diversos mamíferos, incluindo os cães, os gatos e os seres humanos.
O vírus causador da raiva é do gênero Lyssavirus e da família Rhabdoviridae. Animais de vida livre como morcegos, primatas e outros mamíferos podem estar presentes no ciclo da doença, sendo imprescindível conhecer o ciclo e saber como prevenir o contágio.
Por que a doença é tão grave?
A doença é caracterizada por causar alterações neurológicas, gerando um quadro grave de encefalite progressiva e aguda, com letalidade de praticamente 100% dos casos. Ou seja, o óbito é praticamente certeiro!
Assim como toda doença viral, a raiva possui um período de incubação, que pode ser de alguns dias até meses. Os sinais clínicos (sintomas) da doença podem ser inespecíficos, mas pelo curso rápido da doença, geralmente o óbito ocorre dentro de poucos dias. Os sinais podem incluir mal estar geral, dor de cabeça, febre leve à moderada, náuseas, dores de garganta, irritabilidade, inquietude, sensação de angústia, entre outros.
O histórico sobre contato físico direto confirmado ou possível com animais que não não foram vacinados ou que possam ser casos suspeitos de raiva é imprescindível para diagnosticar a doença.
Como ocorre a transmissão da raiva?
A transmissão da raiva ocorre através da saliva infectada, que ocorre geralmente em momentos de mordidas, além de arranhaduras ou lambeduras por animais infectados.
O período de incubação é variável, como dito anteriormente, podendo levar dias, meses ou até anos, como já relatado em algumas espécies. Uma vez passado o período de incubação, a doença surge acarretando todos os danos já citados acima e comprometendo portanto a saúde do indivíduo afetado, seja pessoa ou animal.
Como a raiva humana pode ser evitada?
A prevenção baseia-se em alguns pilares que envolvem a proteção de pessoas e animais, além de cuidados ambientais. Estes são alguns dos pontos-chave que fazem parte da prevenção contra a raiva humana:
- Se você é profissional da área da saúde ou com atuação em áreas de risco, é importante realizar a vacinação profilática contra a raiva humana. As vacinas contra a raiva humana estão disponíveis no SUS. Basta buscar orientação sobre os locais disponíveis na sua região. Além disso, sendo vacinado, é importante também que anualmente seja realizada a sorologia, para que os níveis de anticorpos sejam dosados e, caso necessário, a vacinação seja repetida.
- A vacinação anual antirrábica de cães e gatos também é extremamente importante para evitar o contágio. Portanto, se você possui um cão ou gato, mantenha-o sempre vacinado! Em outros países, como os Estados Unidos, é recomendado vacinar outras espécies de pets, como por exemplo os ferrets (conhecidos popularmente como furões). Isso pois esses animais também podem adquirir a doença, porém, a vacina recomendada para a espécie não está disponível no Brasil.
- Evitar contato direto com animais de vida livre como morcegos. O Brasil habita mais de 180 espécies de morcegos, sendo que apenas 3 são consideradas hematófagas (ou seja, se alimentam de sangue). A maioria dos morcegos são frugívoros – o que significa que se alimentam de frutos. Os animais geralmente não causam mal para as pessoas e portanto jamais devem ser maltratados. Porém, é importante respeitar o espaço da vida selvagem e não ficar perto ou querer ter contato direto com estes animais, já que mordidas podem ocorrer mesmo que de forma acidental. Portanto, se você avistar um morcego, afaste-se do animal. E caso encontre um animal machucado, caído no chão ou aparentando estar doente, ligue imediatamente para os órgãos ambientais da sua cidade, como a polícia ambiental – os profissionais serão capazes de recolher o animal com maior segurança.
Animais que vivem dentro de casa podem ficar sem a vacina?
Não é recomendado que os pets fiquem com a vacina desatualizada – até mesmo os que vivem apenas dentro de casa!
Suponhamos, por exemplo, que uma família more no 15º andar de um prédio e tenha um gato na casa. Embora seja pouco provável, existe a possibilidade de um morcego adentrar a residência através de janelas e sacadas – mesmo com telas, já que existem espécies de diferentes tamanhos, sendo algumas bem pequenas. Caso este incidente ocorra, o gato poderia caçar o animal, que poderia estar contaminado pelo vírus da raiva, transmitindo a doença para o gato! Portanto, a vacinação do pet deve estar sempre em dia!
Outras zoonoses importantes
A raiva humana é um assunto muito preocupante. Porém, há diversas outras doenças que são consideradas zoonoses e merecem atenção. A melhor escolha em todos os casos é a prevenção!
Alguns dos exemplos mais comuns de doenças zoonóticas são:
- Esporotricose.
- Escabiose.
- Brucelose.
- Leishmaniose.
- Leptospirose.
- Toxoplasmose.
- Salmonelose.
- Botulismo.
- E muitas outras.
Clique aqui para conhecer um pouco mais sobre as doenças de caráter zoonótico.
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